Família, escola de ternura

16/04/25
Muitos afirmam ter Deus e a família em
primeiro lugar, mas, na prática, acabam investindo mais tempo e recursos em
outros elementos
É importante aprender a construir sobre rocha
nossos anseios mais nobres, para que não acabem como projetos de poucos
períodos da vida. Refiro-me a todos aqueles planos que fazemos na cabeça, mais
que no coração, e que finalmente são dispersos pelo tempo.
Eu gostaria de refletir sobre projetos que incluam o perdão e a restauração
familiar. Não existe instituição sobre a terra que mereça mais atenção que
a família. É nela que Deus começou uma história de salvação e
de amor por cada um de nós; é nela que, apesar de todas as
suas deficiências, experimentamos a ternura de Deus; e é nela,
portanto, que devemos fazer nossos maiores investimentos de tempo e afetos.
É importante diferenciar o que se quer do que se ama e do que se pode fazer. Um
dos aspectos que precisamos analisar, neste sentido, é o tempo investido em
casa. Muitas vezes usamos como desculpa o excesso de trabalho para não estar
em família, apoiando-nos na ideia de poder deixar aos filhos um
legado econômico que lhes garanta o futuro. Isso é uma falácia, pois a fortuna
material não produz a estabilidade e a qualidade de vida que todos querem ter e
defender.
Pensemos em todos aqueles membros da família com quem
precisamos nos reconciliar, e incluamos em nossos projetos a construção de uma
nova oportunidade de amor, perdão, ternura. É
importante tomar a decisão partindo da força de vontade, não dos caprichos
pessoais.
É preciso compartilhar melhores espaços e momentos com a família,
até que tais momentos se tornem sagrados para cada um dos seus membros,
levando-os a adiar as demais atividades em prol do lar e do fortalecimento dos
vínculos afetivos.
Pais que não dão carinho aos seus filhos dificilmente terão acesso ao seu
coração. Que o trabalho não se torne uma desculpa para deixar de abraçar,
beijar, acariciar o cônjuge e os filhos; que o dinheiro não se torne um
paliativo para os momentos de solidão; e que a ternura esteja
em primeiro lugar.
Este é um verdadeiro projeto de vida em comum. Todo o resto (casa, trabalho,
lazer) é importante, mas está em segundo lugar na escala de valores do
que deve ser realmente indispensável para todos.
Precisamos revisar essa escala de valores que temos em nossa
cabeça, perguntando-nos se ela está enraizada no coração, porque o problema não
está naquilo em que achamos que nos importa, mas no que verdadeiramente nos
importa.
Não conheço ninguém que não diga que Deus e a família estão em
primeiro lugar, mas, na prática, estes dois elementos acabam ficando em um
segundo plano, depois de outros nos quais se investe mais tempo e mais
dinheiro.
A felicidade não está longe; dela fazem parte pessoas e situações que muitas
vezes não valorizamos tanto, porque colocamos nosso coração naquilo que pode
trazer algum prazer momentâneo.
A família é uma instituição sagrada, um recinto no qual
aprendemos a ternura e o amor, um espaço no qual
conhecemos o amor de Deus e aprendemos a amá-lo e respeitá-lo.
A família talvez seja o único e verdadeiro tesouro que
possuímos na terra, pois, ainda que seja verdade que não levamos nada desta
vida, é nela que ficamos.
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