Jesus e Jerusalém: Os passos de Jesus na Cidade
Santa
16/04/25
Jerusalém, terra de conflitos, terra de
morte e de vitória, terra de pecado e de santidade. Terra de Jesus...vamos
descobrir
A primeira vez que Jerusalém entra no caminho de
Jesus é quando os magos vindos do oriente param na cidade para saber
informações sobre o rei dos judeus que tinha acabado de nascer, conforme narra
o evangelho de Mateus. A partir dessa cidade a morte tenta cruzar o caminho de
Jesus que é salvo com a fuga para o Egito.
Jesus ia ao templo com sua família, até se perdeu
no meio da multidão como conta o evangelho de Lucas. Mas o templo também era um
lugar duro para Jesus: ao ser tentado, o diabo levou Jesus para a Cidade Santa
e o colocou na torre mais alta do templo e disse que se confiava de verdade em
Deus, deveria se jogar dali do alto; após vencer as tentações, no decurso de
suas pregações, Jesus ficou indignado com os vendedores do templo e teve uma
atitude muito enérgica, conforme o evangelho de João: Derrubou as mesas dos
vendedores, espalhou as moedas, ameaçou a construção.
O evangelho de João conta que Jesus foi três vezes
em Jerusalém para a Páscoa; os outros evangelhos contam somente sobre a última
páscoa, aquela que é a Páscoa de Jesus, da sua morte e ressureição. Tem
destaque o evangelho de Lucas que, em seu relato, narra um caminho único de
Jesus da galileia em direção a Jerusalém.
Sobrepondo às palavras de júbilo que os peregrinos
retratados nos salmos dedicam a Jerusalém, Mateus registra palavras duras de
Jesus sobre a Cidade Santa: “Jerusalém, Jerusalém, você, que mata os profetas e
apedreja os que lhe são enviados! Quantas vezes eu quis reunir os seus filhos,
como a galinha reúne os seus pintinhos debaixo das suas asas, mas vocês não
quiseram. Eis que a casa de vocês ficará deserta” (Mt 23,27-28).
O
tempo de Jesus
Para contextualizar os fatos que aconteceram com
Jesus é importante destacar que havia um clima de grande hostilidade e
instabilidade em toda a região. Os romanos ocuparam a palestina no ano 63 Antes
de Cristo. Pompeu invadiu Jerusalém e cercou o templo que, 10 anos depois, foi
violado pelo general Crasso. O indumeu Herodes o grande foi designado pelos
romanos como rei da palestina governando os judeus, rivais dos indumeus, com
apoio de alguns grupos e forte oposição de outros que usavam, inclusive, de
guerrilhas para resistir à dominação. Herodes morreu quando Jesus ainda era
criança e seus filhos herdaram o reino, dividido em três partes. Jesus se
encontrou com seu filho Herodes Antipas, que matou João Batista por um capricho
da enteada conforme narram os evangelhos sinóticos. Sendo Jesus galileu,
Pilatos achou que o rei de lá, que estava em Jerusalém para a festa da Páscoa,
poderia fazer alguma coisa. Mas Herodes tratou Jesus com pouco caso.
Arquelau, filho de Herodes o grande, não foi
habilidoso para governar sua parte do reino, por isso Roma enviou governadores.
Aí entra Pôncio Pilatos. Pessoa de nome incomum que governou a província da
Judeia por uma década. É citado por historiadores antigos como alguém que
enfrentou revoltas na sua gestão, tendo reprimido violentamente uma que se
desencadeou no ano 36 e, por isso, foi punido pelo imperador e, possivelmente,
exilado após perder o posto.
Pilatos é recordado na profissão de fé cristã, o
credo que é recitado em cerimônias, porque estava observado a cidade de
Jerusalém do alto da Torre Antônia, construída no templo. Ele aguardava uma
revolta ou conflito, quando levam para ele o caso de Jesus. Mesmo Jesus não
sendo cidadão romano e não tendo direito a processo, Pilatos tentou lidar com a
questão.
O
conflito
Jesus não se indispôs com Pilatos, nem com Herodes,
mas com Caifás que era o sumo sacerdote do templo. O cargo de sumo sacerdote
era indicado pelos romanos e um destacamento de soldados romanos fazia a guarda
para o templo e os sacerdotes. Ele conduzia o sinédrio que era uma espécie de
tribunal judaico que acusou Jesus de blasfêmia ao se declarar filho de Deus. À
acusação de ofender a Deus, foram acrescidas as de golpe contra o império,
agitação popular e traição ao se proclamar rei dos judeus em aparente oposição
à soberania dos romanos sobre a palestina.
A prisão de Jesus se deu com medo de que ele
agitasse a multidão que estava em Jerusalém para a Páscoa. A traição de um dos
discípulos favoreceu a captura num lugar de recolhimento chamado Monte das
Oliveiras. Jesus sabia da traição e da morte que o esperava, por isso, na
última ceia transmitiu aos discípulos seus ensinamentos e desejos por meio de
discurso, gestos e orações.
A morte de Jesus, como recordamos na via-sacra e
nas leituras da paixão, mostram o “empurra, empurra” das autoridades, o furor
da multidão e a tortura exemplar que Jesus sofreu.
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