A natureza nos ensina a paciência
16/04/25
Não há barreira espiritual que não caia pela força da paciência
“Nada
te perturbe; nada te espante. Tudo passa. Só Deus não muda; a paciência tudo
alcança. Quem a Deus tem nada lhe falta: Só Deus Basta!”, disse Santa Teresa
D´Àvila
São Tiago diz que a paciência nos leva à
perfeição, a meta de nossa vida cristã. “É preciso que a
paciência efetue a sua obra a fim de serdes perfeitos e íntegros, sem fraqueza
alguma” (Tg 1,4). Ele chega a dizer que é uma “suma alegria” passar por
diversas provações, já que elas produzem em nós a paciência (Tg 1,2). É
impressionante esse “suma alegria”. Os santos dizem que há dois tipos de
martírio: o da morte pela espada; e o da morte lenta, também por amor a Deus,
pela paciência.
Não há barreira espiritual que não caia pela força
da paciência, que é fruto da fé e do abandono da vida em Deus. Foi
pela paciência que Abraão esperou o seu Isaac, 25 anos após a promessa de Deus.
Foi pela paciência que Jó venceu as provações e agradou a Deus. Foi pela
paciência que a Igreja venceu todos os seus inimigos até hoje: o império
romano, as heresias, as perseguições, o comunismo, o ateísmo, os pecados dos
seus filhos, etc. Sem paciência não é possível o crescimento humano e
espiritual.
Quando os nossos pecados e fraquezas nos assustam e
nos desanimam, é preciso ter paciência conosco e aceitar a nossa dura
realidade. Assim os santos chegaram à santidade. Quando é difícil caminhar
depressa, então é preciso ter paciência e aceitar caminhar devagar. José e
Maria salvaram o Menino das mãos de Herodes, indo passo a passo até o Egito. A
pressa é inimiga da perfeição.
Quando o trabalho de cada dia se torna monótono e
cansativo, é preciso fazê-lo com paciência, oferecendo cada gota de suor a
Deus. Quando a oração se torna difícil, é preciso mantê-la com paciência,
deixando que ela mesma aumente em nós essa virtude. Quando o obstáculo é
intransponível às nossas possibilidades, é preciso saber esperar as
circunstâncias mudarem, a graça de Deus agir, e tudo acontecer. Santa Teresa
D’Ávila, doutora da Igreja, nos ensina: “Nada te perturbe; nada te espante.
Tudo passa. Só Deus não muda; a paciência tudo alcança. Quem a Deus tem nada
lhe falta: Só Deus Basta !”
Quando o sofrimento se faz presente, é preciso não
se desesperar, e fazer como os passarinhos que, quietinhos no ninho, esperam a
tempestade passar… O remédio é a paciência!
“O sofrimento aceito com paciência é o mais rápido
caminho da santificação”, nos garante São Francisco de Sales, com sua
autoridade de doutor da Igreja. Foi o santo da paciência; nada lhe tirava o
sorriso dos lábios.
Maria, nossa Mãe, é a mulher da paciência. Sempre
soube esperar o desígnio de Deus se cumprir, sem se afobar, sem gritar, sem
reclamar… A paciência é amiga do silêncio e da fé.
“Meu filho, se entrares para o serviço de Deus (…)
prepara a tua alma para a provação; humilha teu coração, espera com paciência…
sofre as demoras de Deus; dedica-te a Deus, espera com paciência” (Eclo 2,1-3).
Deus usa da natureza para nos fazer pacientes, já
que esta lição é fundamental para nossa salvação. Para que todos pudessem sem
se cansar aprender essa lição, Deus a colocou como a base da criação. Você
semeia o grão de milho e tem de esperar pacientemente seis meses para colher a
espiga. Primeiro o grão germina; gera a plantinha que cresce e se fortalece aos
poucos, sem cessar e sem correr, silenciosamente. Se adapta ao solo, ao clima,
ao tempo… Depois vêm as flores e por fim o fruto.
Toda a natureza nos dá essa lição: crescer devagar,
sem parar, com paciência e em silêncio. Nós fomos uma única célula no ventre
caloroso da mãe, ela se dividiu em duas… em milhões, aos poucos, lentamente. E
assim Deus nos teceu no seio materno, como a mulher vai tricotando uma blusa,
ponto por ponto, sem parar, sem correr. Que lição de vida!
É Deus nos falando pelo espelho da natureza. Feliz
de quem sabe contemplá-la e aprender as suas belas lições. Tudo que a gente
fizer sem paciência e sem contar com a natureza, ela mesma se incumbe de
destruir. Deus atrelou nossa vida na paciência que a natureza nos ensina sem
cessar.
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