Preocupado com o amanhã? Você pode ter ansiedade antecipatória
21/01/25
É normal sentir estresse e ansiedade sobre o que pode acontecer no futuro. Quando essas preocupações se tornam excessivas, no entanto, você pode precisar de ajuda.
“Estes são tempos preocupantes.” Quantas vezes ouvimos alguma variação dessa afirmação? Nossos feeds de notícias parecem confirmar isso, com um estudo na revista Nature descobrindo que “A negatividade impulsiona o consumo de notícias online.” Parece que há realmente muito com o que se preocupar.
Infelizmente, às vezes nossa ansiedade sobre eventos futuros pode se tornar um obstáculo ou até mesmo debilitante.
O que é ansiedade antecipatória?
A ansiedade antecipatória frequentemente se manifesta como uma preocupação sobre as consequências negativas de ações futuras que podem ser tomadas por mim ou por outros. A preocupação frequentemente se manifesta em perguntas do tipo "e se". E se eu der uma festa e ninguém aparecer? Quero fazer uma pergunta ao meu professor, mas e se eu parecer estúpido? E se eu pedir um aumento e meu chefe me demitir?
Eventos externos também são uma fonte de estresse em nossas vidas, levando-nos a nos preocupar com eventos teóricos futuros que estão além do nosso controle. E se eu ficar doente na semana que vem, pouco antes do meu casamento? Quero reservar minhas férias, mas e se houver um furacão? E se aquele novo vírus sobre o qual li for ainda pior que a COVID?
Claro, muitas dessas preocupações são baseadas na realidade, por mais provisórias que sejam. Eventos como guerras, crises econômicas e desastres naturais são muito frequentes, infelizmente. Nossos feeds de notícias e mídias sociais são frequentados por especialistas que frequentemente apontam para sinais de alerta de vários resultados negativos. Uma pessoa que sofre de ansiedade antecipatória, no entanto, pegará esse conhecimento e visualizará os piores resultados possíveis, e permitirá que esses pensamentos intensifiquem a ansiedade que ela sente.
"A ansiedade antecipatória é algo com que muitas pessoas lutam. É tão comum... (Ela) se resume à nossa falta de vontade de que as coisas sejam imprevisíveis, incertas e desconfortáveis." - Shannon Jackson, podcast A Healthy Push
Identificando o transtorno de ansiedade antecipatória
Os sinais de ansiedade antecipatória espelham aqueles de um transtorno de ansiedade geral. De acordo com o National Institute of Mental Health, os sintomas incluem:
- Preocupar-se excessivamente com coisas normais
- Consciência de que você se preocupa demais
- Problemas de foco
- Dificuldade em manter seus pensamentos e sentimentos ansiosos sob controle
Os pacientes também podem apresentar sintomas físicos, como dores de cabeça, suor excessivo e fadiga.
Se você acha que pode estar sofrendo de um transtorno de ansiedade antecipatória, você deve consultar um médico, conselheiro ou profissional de saúde mental. Existem terapias comprovadas que podem ajudar você a lidar com suas preocupações e colocar sua vida de volta nos trilhos.
Alguns recursos úteis
Há também uma série de recursos online que podem ajudar você ou seus entes queridos a identificar e lidar com o transtorno de ansiedade antecipatória. Aqui estão alguns:
- O podcast A Healthy Push da coach de ansiedade Shannon Jackson tem um episódio dedicado ao transtorno de ansiedade antecipatória que é cheio de dicas práticas . Definitivamente vale a pena ouvir.
- Este artigo da Anxiety & Depression Association of America define ansiedade antecipatória como “como nos sentimos quando compramos nossas próprias histórias criativas de preocupação”. Os autores explicam como esses medos são um fator primário de ansiedade em geral.
- A música pode ser uma ótima maneira de te levar para longe das suas preocupações. Aleteia tem um arquivo de música sacra fantástico com curadoria de Jack Mauro. A maioria dos artigos tem faixas de amostra ou vídeos que podem te ajudar a encontrar um espaço interior de paz e serenidade.
3 Últimas coisas a ter em mente em tempos de crise
Navegar por problemas com ansiedade antecipatória pode ser particularmente desafiador em tempos de crise, quando parece não haver nada além de más notícias por aí. Aqui estão três coisas que podem ser úteis para manter em mente:
1É normal se preocupar
Certas quantidades de estresse e ansiedade são normais e até saudáveis. Desastres acontecem e faz sentido estar preparado. Por exemplo, a FEMA recomenda que todos tenham um plano de emergência para desastres e preparem um kit básico de suprimentos para desastres para emergências imprevistas. Tais preparações devem ajudar a diminuir nossa ansiedade.
Também é perfeitamente normal sentir alguma preocupação com coisas como uma próxima avaliação de emprego, o futuro da sua família, sua situação econômica, etc. No entanto, quando essas ansiedades começam a consumir seu tempo e energia, é um sinal de que você provavelmente deve procurar ajuda.
Você também pode encontrar algum conforto em saber que mais de 90% das coisas com as quais nos preocupamos nunca acontecem de forma alguma, de acordo com um estudo de 2019. E mesmo para as preocupações que não eram alarmes falsos, os resultados eram frequentemente melhores do que o previsto.
2Existe uma indústria de preocupações
Ao ligar as notícias ou navegar pelas mídias sociais, vemos muitas notícias ruins por aí, geralmente em um grau avassalador. Embora não queiramos nos proteger de notícias desagradáveis, sabemos que, embora as notícias ruins sejam geralmente precisas, elas podem ser exageradas. Os veículos e organizações fazem isso por vários motivos: para aumentar as avaliações, para estimular as pessoas a agir, para arrecadar dinheiro, para fazer você continuar rolando, etc.
Muitas vezes, é do melhor interesse desses meios de comunicação deixá-lo o mais preocupado possível, com pouca preocupação com sua saúde mental. Entendendo isso, é perfeitamente lógico e aceitável que você se desconecte de vez em quando. Fique longe do seu smartphone por um dia. Dê uma volta ou faça jardinagem. Ao fazer isso, você pode descobrir que, embora lhe tenham dito que o mundo está desmoronando, o sol ainda nasce e se põe, as crianças ainda estão brincando lá fora, os pássaros ainda estão cantando e talvez as coisas não estejam tão terríveis quanto lhe disseram.
3A oração é essencial para combater a preocupação
É claro que a última palavra sobre a ansiedade antecipatória foi proferida por Jesus:
“Qual de vocês, por mais que se preocupe, pode acrescentar um momento que seja à sua vida?” (Mateus 6:27)
Nesta frase, 2.000 anos de história são interligados, e vemos que o mundo não mudou tanto assim. Aparentemente, as pessoas estavam tão preocupadas com a direção do mundo 2.000 anos atrás quanto estão hoje.
Poucos versículos antes disso, Jesus tem um conselho crucial. Ele nos diz para irmos a um lugar privado e orarmos:
“Nas vossas orações, não balbucieis, como os pagãos, que pensam que por muito falarem serão ouvidos. Não sejais como eles. O vosso Pai sabe o que vos é necessário, antes de vós lho pedirdes.” (Mateus 6:7-8)
A Oração do Senhor é a ajuda que Cristo nos dá para enfrentar os altos e baixos da vida, uma ferramenta essencial para aqueles de nós que se preocupam demais com o futuro. Seríamos sábios em usá-la todos os dias -- e especialmente quando estamos preocupados com o que o amanhã pode trazer.
5 dicas para dominar o medo e a ansiedade
22/09/24
A #1 é a mais eficaz, e a #3 soluciona de vez o problema
Dale Carnegie é um dos mais renomados autores de autoajuda, graças em grande parte ao seu best-seller Como fazer amigos e influenciar pessoas, publicado originalmente em 1936.
Seu livro Como parar de se preocupar e começar a viver, de 1948, apresenta táticas para se libertar de ansiedades incômodas que diminuem a felicidade e a produtividade.
O livro nasceu das experiências de Carnegie ao ensinar educação adulta no YMCA de Nova York. Ele percebeu que a preocupação era um tema comum entre os alunos, independentemente de sua profissão ou contexto, e decidiu escrever um livro que os inspirasse a agir contra os seus demônios psíquicos.
Nos sete anos que passou escrevendo o livro, Carnegie pesquisou a filosofia antiga e conversou com uma gama de homens de negócios sobre as suas estratégias para vencer as preocupações. Mas o que é mais importante é que ele conduziu um experimento ao dar conselhos sobre isso aos seus alunos e observar o que funcionava.
O site Motto, da Time, selecionou as cinco melhores estratégias descritas no livro para reduzir a ansiedade do dia-a-dia.
1. Pergunte a si mesmo: “Qual a pior coisa que pode acontecer?”
Há uma técnica simples de três passos que pode ajudar quando você é sitiado por preocupações pessoais ou profissionais. Primeiro, pergunte a si mesmo qual a pior coisa que poderia acontecer. Segundo, prepare-se para aceitar o pior. Terceiro, pense como fazer algo de bom a partir do pior, caso venha a acontecer.
A técnica é baseada em uma anedota de Willis Carrier, fundador da indústria de ar condicionado homônima. Quando trabalhava para a Buffalo Forge Companyna juventude, Carrier percebeu que um novo sistema de limpeza de gás que a sua companhia oferecia não era tão eficiente como se esperava.
Ele se deu conta que a pior coisa que poderia acontecer é que a empresa perderia 20 mil dólares. Então ele aceitou isso: a companhia poderia entender essa perda como custo de pesquisa de novas estratégias. Em seguida, ele pensou como melhorar a situação: se a companhia comprasse novos equipamentos no valor de 5 mil dólares, o problema se resolveria. Foi o que fizeram, e terminaram ganhando 15 mil.
2. Enxergue tudo de forma objetiva
“Se um homem se dedica a enxergar os fatos de forma imparcial e objetiva, as suas preocupações vão normalmente evaporar à luz do conhecimento”, disse o decano do Columbia College, Herbert E. Hawkes, a Carnegie.
Carnegie fala de duas maneiras de ver de modo objetivo. Você pode fingir que está analisando a situação para outra pessoa, para se ver menos emocionalmente envolvido com a questão. Outra ideia é imaginar-se um advogado que está se preparando para defender o outro lado da questão – contra você. Escreva os fatos nos dois lados do caso e você geralmente terá uma imagem mais clara da realidade.
3. Gere soluções potenciais para o problema
Leon Shimkin, então diretor geral da editora Simon and Schuster – da qual depois se tornou proprietário – imaginou uma maneira de cortar em 75% o tempo que ele gastava em reuniões.
Ele estabeleceu que cada vez que alguém quisesse apresentar um problema em uma reunião, deveria primeiro submeter um memorando respondendo a quatro perguntas: qual é o problema? Qual é a causa do problema? Quais são as possíveis soluções? Qual delas você sugere?
Segundo Shimkin, depois da introdução desse sistema, raramente alguém vinha até ele expressar sua preocupação. “Percebeu-se que ao responder às perguntas era preciso observar todos os fatos e pensar o problema”, disse ele a Carnegie. Quando as pessoas faziam isso, se davam conta de que “a solução adequada surgia como uma fatia de pão pula de uma torradeira”. Em outras palavras, a ação tomou o lugar da preocupação e da lamentação.
4. Lembre-se da lei das probabilidades
Pense na probabilidade de um evento específico ocorrer e reflita se vale a pena se preocupar. São boas as chances de que aquilo que preocupa você sequer possa acontecer.
Carnegie escreve que a marinha norte-americana empregou a lei das probabilidades para melhorar o moral dos marinheiros. Aqueles que eram designados para petroleiros de alta octanagem tinham medo de afundar quando o navio fosse atingido por um torpedo. Então a marinha providenciou as informações exatas: de cada cem navios atingidos por torpedos, 60 permaneceram sem afundar e apenas cinco afundaram em menos de dez minutos. Os outros tiveram tempo o bastante para que a tripulação deixasse o navio.
5. Ponha ordens de stop-loss em suas preocupações
Essa estratégia é baseada em um princípio do mercado de ações. Funciona assim: você compra ações a 100 dólares, mas estabelece uma ordem de stop-lossa 90 dólares. Assim que a ação cai para 90 dólares, você a vende – sem maiores perguntas – e evita perdas maiores.
Você pode usar esse princípio no dia-a-dia. Por exemplo, Carnegie certa vez quis escrever romances, mas depois de duas semanas tentando sem sucesso, decidiu suspender a experiência e voltar a ensinar e a escrever não-ficção.
(via Sempre Família)
Como distinguir a ansiedade razoável da ansiedade patológica
25/08/24
O importante é não cair na armadilha de considerar situações estressantes ou momentos de ansiedade como normais, como se fossem manifestações de patologias ou distúrbios graves.
Na vida existem momentos difíceis em que se vivencia a ansiedade, que é a resposta de alarme fisiológico que nos prepara para escapar ou lutar contra uma ameaça.
A maioria dessas situações emocionais pode ser superada se agirmos com visão e responsabilidade, aprendendo a administrar nossas próprias emoções e dando mais espaço para analisar as situações que temos que vivenciar.
Neste ponto temos que diferenciar a ansiedade razoável da ansiedade irracional ou patológica (transtornos de ansiedade), pois nossa resposta deve ser diferente dependendo da situação em que nos encontramos.
Na ansiedade razoável, sua intensidade é condizente com a situação (objetivamente perigosa) e termina com ela, sendo útil para nos proteger desse perigo objetivo.
Por exemplo, ver um leão é um estímulo que nos alerta para esta situação objetivamente perigosa para que possamos fugir.
Porém, quando se trata de ansiedade irracional ou patológica, interpretamos como perigosas situações, sintomas ou pensamentos que na realidade não são perigosos e a intensidade da ansiedade não está de acordo com a situação objetiva. Geralmente é muito alto e durável.
Assim, quando a situação termina, a resposta de ansiedade continua. Por exemplo, quando nos é confiado um novo trabalho e assumimos que não estaremos à altura da tarefa sem ter provas do mesmo; Diante disso, acionamos a resposta de alarme fisiológico e ficamos em tensão por muito mais tempo do que deveríamos.
Por outro lado, quando o perigo percebido é muito grande, acreditando que a nossa vida está em perigo, a intensidade da ansiedade aumenta ainda mais, dando origem a ataques de pânico.
Por sua vez, no caso do estresse, a intensidade é condizente com a importância da demanda levantada e é sempre inferior à da ansiedade irracional .
Por exemplo, quando sou designado para entregar um projeto e avalio que o tempo que tenho é insuficiente. Diante disso, fico ativo e graças a isso vou tentar terminar no prazo, quando o projeto terminar meu estresse vai desaparecer .
O estresse termina quando termina a demanda externa, retornando ao nosso estado habitual, ou seja, reduzindo a ativação fisiológica.
O que é um transtorno de ansiedade?
Existem vários tipos de transtornos dentro do grupo denominado transtornos de ansiedade que estão incluídos nas classificações diagnósticas internacionais.
- Transtorno de pânico com/sem agorafobia,
- fobia social
- Fobia específica
- Transtorno obsessivo-compulsivo
- Transtorno de estresse pós-traumático
- Transtorno de estresse agudo
- Transtorno de ansiedade generalizada
- Transtorno de ansiedade devido a uma doença médica
- Transtorno de ansiedade induzido por substâncias
- Transtorno de ansiedade não especificado.
Pendência?
Quando são percebidas sensações constantes e intensas em diferentes momentos da semana e durante vários meses, é aconselhável consultar um especialista para solicitar ajuda eficaz no manejo deste tipo de transtorno.
Existem dois tipos de tratamentos recomendados pelo Instituto Nacional de Saúde e Excelência Clínica para transtornos de ansiedade:
- as drogas
- psicoterapia.
Como superar a vergonha de ter uma fobia
24/08/24
Quando você é atingido por um medo intenso de uma fobia, é fácil se sentir um fracasso, psicologicamente, mas também em sua vida espiritual.
Para milhões de pessoas, as fobias são fonte não apenas de medo, mas também de vergonha. Se você já teve um medo intenso de ficar em casa, de encontrar cachorros na sua vizinhança, ou até mesmo de andar de avião, entende que não é fácil admitir o quão intenso o medo pode afetar sua vida.
As crianças são frequentemente menos propensas a esconder fobias, mas a maioria de nós – jovens e idosos – acredita que as fobias são um sinal de fraqueza ou de intelecto frágil. Os cristãos são frequentemente criados com a ideia de que não devemos ter medo e que Deus cuidará de nós, e por isso, quando o medo intenso de uma fobia se instala, é fácil sentir que estamos falhando não apenas psicologicamente, mas também em sua vida espiritual.
A realidade, porém, é que as fobias são comuns e podem afetar qualquer pessoa. Algumas pessoas que lutam contra fobias tiveram uma experiência traumática que causou esse medo duradouro, mas no meu trabalho como psicólogo descobri que muitas pessoas simplesmente tiveram uma experiência desagradável (mas não extremamente prejudicial) que causou o desejo de evitar uma situação. que mais tarde resultou em medo intenso. Se você já se assustou com um cachorro ameaçador, por exemplo, é fácil perceber que evitar completamente os cães pode ser a resposta mais simples e segura.
Por definição, uma fobia é um medo extremo ou irracional que afeta significativamente o “funcionamento” de um indivíduo ou causa estresse significativo. Ao contrário de outros tipos de ansiedade ou medos racionais, uma fobia é definida de algumas maneiras específicas. Primeiro, está associado a uma reação emocional intensa quase sempre que alguém se depara com uma circunstância ou objeto específico. Em segundo lugar, uma pessoa com fobias tentará fortemente evitar a onda de medo, mesmo que isso lhe custe. Terceiro, o grau de medo é desproporcional ao perigo real que existe.
Embora as características das fobias sejam semelhantes, os tipos são extremamente variados. Alguns podem ter um medo intenso de certas experiências (como estar num elevador), outros podem ter fortes reações a animais ou outros elementos ambientais (como tempestades). Algumas pessoas podem ter uma reação fóbica à percepção de serem julgadas negativamente, enquanto outras podem se preocupar em ter um ataque de pânico no meio de uma multidão e não conseguir escapar. Para todos, porém, o medo é intenso e estressante.
Algumas abordagens principais são normalmente usadas para tratar fobias, sendo as mais comuns as técnicas de exposição gradual, que incentivam a dessensibilização sistemática. Simplificando, as pessoas são ensinadas a criar uma “hierarquia de medos”, expondo-se gradualmente a situações cada vez mais desafiadoras até chegarem à circunstância mais temida.
As técnicas cognitivo-comportamentais também são normalmente usadas com a terapia de exposição, na qual as pessoas aprendem técnicas calmantes específicas (por exemplo, respiração profunda, relaxamento muscular progressivo, concentração de pensamentos) para usar à medida que progridem na hierarquia.
Às vezes, os medicamentos podem ser úteis na redução dos níveis de ansiedade o suficiente para usar os tratamentos mencionados, mas não são uma defesa de “primeira linha”. A exposição in vitro, ou exposição virtual, na qual uma pessoa imagina estar exposta ao objeto ou circunstância assustadora, também é usada, mas os tratamentos mais eficazes requerem algum grau de exposição real para serem úteis a longo prazo.
Independentemente do tipo de intervenção e dos seus desejos, a vergonha e o constrangimento que você pode sentir devido a uma fobia podem deixá-lo imobilizado. Pense por um segundo nas vezes em que você se sentiu sozinho em suas lutas e temeu que admitir isso para os outros o faria parecer fraco ou incompetente. É nesses momentos que a virtude da coragem se torna fundamental e devemos lembrar-nos que mesmo os maiores santos foram atormentados por momentos de covardia e desânimo. Em última análise, eles foram definidos não por essas lutas, mas pela sua persistência em traçar o caminho que foram chamados a seguir.
Há outra coisa que você deveria saber. Novas pesquisas sugerem que podemos ser em grande parte responsáveis pela vergonha que sentimos. Verificou-se que se algumas pessoas indicarem que condenariam outras por uma reação fóbica (ou por qualquer problema psicológico), acreditam que muitas mais as condenariam pelas mesmas coisas. Em outras palavras, percebemos os outros como mais severos e críticos do que nós seríamos.
Existem alguns fatores potencialmente confundidores nos métodos de pesquisa que podem ter moderado ou mediado esses efeitos. No entanto, existem fortes evidências que sugerem que o constrangimento ou vergonha que uma pessoa sente devido a fobias – ou qualquer outra dificuldade psicológica – é mais um produto da nossa autoavaliação do que daquilo que os outros podem realmente pensar e transmitir-nos.
Mesmo que possa ser uma mensagem frustrante em alguns aspectos, considero-a útil. Como psicólogo, descobri repetidamente que quando as pessoas falam de forma autêntica, transparente e humilde sobre os seus desafios, geralmente ficam surpreendidas com o quanto os outros os aceitam e compreendem a sua vulnerabilidade.
Nem todo mundo luta contra uma fobia, embora haja muito mais pessoas do que você ou eu possamos pensar, mas todos nós lutamos com alguns medos, e estaríamos prestando um grande serviço a nós mesmos e aos outros se fizéssemos um esforço para reconhecer onde está o medo. . e procuramos a resposta mais eficaz. Em muitos aspectos, Franklin Delano Roosevelt estava certo quando disse:
Assim, antes de mais, permitam-me expressar a minha firme convicção de que a única coisa que temos a temer é o próprio medo – o terror sem nome, sem razão e injustificado que paralisa os esforços necessários para transformar a retirada em avanço.
Não se esqueça disso. Roosevelt disse isto no meio da Grande Depressão, uma época em que as pessoas estavam verdadeiramente com medo, mas reconheceu o que a investigação psicológica mostrou mais tarde, que só quando o recuo é transformado em avanço é que os nossos medos começam a diminuir. E aqui está o que a nossa fé tem a dizer: “Não te ordenei: seja forte e corajoso? Portanto, não temas nem te assustes, porque o Senhor teu Deus estará contigo por onde quer que andares” (Josué 1, 9).
[Tradução do inglês de Roberta Sciamplicotti]
Eu acho que estou tendo ataques de pânico. O que devo fazer?
23/08/24
É uma experiência assustadora, mas você pode aprender a gerenciá-la
Um ataque de pânico acontece quando alguém tem um episódio durante o qual sofre – de repente, temporariamente e como um evento isolado – medo ou desconforto intenso, sem o motivo sempre sendo claro para eles ou para aqueles que os rodeiam; isso pode acontecer a qualquer momento, sem aviso prévio. Os ataques de pânico geralmente não duram muito (eles tendem a atingir a intensidade do pico dentro de 10 minutos), mas são tão intensos que, para a pessoa afetada, eles parecem durar para sempre.
Muitas vezes, as pessoas que sofrem de um ataque sentem que estão em perigo iminente de morte e experimentam uma necessidade urgente de escapar da sua localização ou situação atual. Se elas não podem fugir fisicamente do contexto em que estão enfrentando esse medo extremo, seus sintomas de pânico se tornam ainda mais agudos e, em tais ocasiões, o episódio pode durar mais de uma hora.
Sintomas
Os ataques de pânico são caracterizados por sintomas físicos muito intensos típicos de situações de estresse agudo, embora, muitas vezes, nenhuma causa proporcional seja aparente.
A quinta edição do Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders of the American Psychiatric Association (Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais da Associação Americana de Psiquiatria – DSM-5), em coordenação com o National Institute of Mental Health (NIMH, sigla em inglês para Instituto Nacional de Saúde Mental), enumera vários sintomas para diagnosticar esse tipo de crise:
- Palpitações, coração acelerado, taquicardia
- Transpiração
- Musculatura tremendo
- Falta de ar, sensações de sufocação
- Sensações sufocantes
- Dor no peito ou desconforto
- Náuseas, angústia abdominal
- Tonturas, vertigem, instabilidade, sensação fraca
- Desrealização (uma sensação de estar desconectado da realidade), despersonalização (sensação de estar desconectado do próprio corpo ou pensamentos)
- Medo de perder o controle ou enlouquecer
- Medo de morrer
- Adormecimento, sensações de formigamento
- Calafrios, ondas de calor.
Como lidar com os sintomas
Controlar o pânico requer tempo e paciência para redefinir sua atitude em relação ao medo extremo que você está enfrentando, para que você possa entender e enfrentar o evento que provocou o ataque, ao invés de evitá-lo.
Uma das estratégias que funcionam melhor para ataques de pânico consiste em aplicar 10 regras:
- Lembre-se que o que você está experimentando é um exagero de reações normais ao estresse.
- Um ataque de pânico não é perigoso nem prejudicial como parece; é simplesmente desagradável. Nada pior pode acontecer.
- Não se entregue a pensamentos alarmistas adicionais sobre o que está acontecendo ou o que poderia acontecer.
- Preste atenção no que seu corpo realmente está experimentando naquele momento, e não aos seus medos sobre o que poderia acontecer mais tarde.
- Espere e deixe passar o medo. Não lute contra ele; aceite isso.
- Quando você parar de ter pensamentos alarmantes, seu medo se dissipará por conta própria.
- Lembre-se que o principal é aprender a enfrentar o medo, não evitá-lo. Aproveite a oportunidade para avançar.
- Pense no progresso que você fez, apesar das dificuldades, até esse momento. Pense sobre a satisfação que lhe dará superar esse episódio.
- Quando você começar a se sentir melhor, olhe em volta e faça planos para o que você fará quando o ataque passar.
- Quando você se sentir pronto para continuar sua atividade habitual, faça isso lentamente e calmamente. Você não precisa se apressar ou fazer um grande esforço.
Por fim, como sempre, quando lidamos com problemas de saúde mental, é altamente recomendável procurar a assistência de um profissional de saúde mental e contar com o apoio de sua família e amigos confiáveis. Nunca é uma boa ideia tentar enfrentar esses desafios sozinho(a).
Ataques de pânico: o que são e como lidar com eles
23/08/24
Os sintomas parecem assustadores, mas compreendê-los pode te ajudar a superá-los
Todos nós já ouvimos falar de ataques de pânico. Talvez um amigo ou membro da família os tenha tido, ou talvez você se pergunte se já teve. Mas o que é um ataque de pânico? Como você pode lidar com ele ou ajudar alguém que você ama a lidar com isso?
Francesco Vincelli – psicólogo, psicoterapeuta e professor italiano – oferece uma resposta em um artigo recente publicado em uma revista italiana, BenEssere, la salute con l’anima. Aqui estão algumas das principais ideias e sugestões.
O que é um ataque de pânico?
Entre a ampla gama de transtornos de ansiedade, os ataques de pânico se distinguem pelo seu início repentino e pela dissonância emocional generalizada que criam. Consistem no súbito aparecimento de medo intenso que atinge seu pico em apenas alguns instantes, durante os quais você sofre uma combinação particular de sintomas físicos e cognitivos, que variam um pouco de pessoa para pessoa.
Sintomas físicos
Entre os sintomas mais comuns estão palpitações cardíacas, transpiração, dores no peito e sensação de sufocamento, que muitas vezes levam as pessoas a procurar assistência médica de emergência, porque esses sintomas podem fazer com que as pessoas pensem que estão tendo um ataque cardíaco. Outros sintomas comuns incluem desconforto abdominal, vertigem e formigamento generalizado, sensação de formigamento, calafrios ou ondas de calor (semelhantes às que ocorrem em mulheres na menopausa).
Sintomas psicológicos
Os sintomas psicológicos de um ataque de pânico incluem um medo esmagador de perder o controle ou de “enlouquecer”, e um medo de morte iminente. Sofredores de um ataque de pânico também podem experimentar um sentimento de irrealidade ou desapego, o que os faz sentir como se as pessoas e coisas ao seu redor fossem irreais, estranhas ou deformadas, como se estivessem em um sonho; elas também podem ter uma autopercepção alterada, como se elas próprias – ou a totalidade ou parte de seu corpo – fossem irreais ou desligadas de sua consciência. Os nomes técnicos para esses sentimentos são “desrealização” e “despersonalização”.
Um ataque de pânico pode seguir um estado de tranquilidade emocional ou de ansiedade, e quando o ataque termina, a pessoa pode retornar a qualquer estado. A maioria das pessoas que tiveram um ataque de pânico descrevem o primeiro como sendo um relâmpago em um céu azul, acontecendo sem qualquer aviso. No entanto, quando olham para as semanas ou meses anteriores, muitas vezes podem identificar algum evento estressante em sua vida ou ambiente, muitas vezes relacionado a problemas interpessoais (no trabalho, na família ou no relacionamento amoroso) ou a doenças ou luto. Algumas pessoas só têm um ataque de pânico; outros os experimentam ocasionalmente ou com frequência.
O medo do medo
Neste último caso, o sistema natural de “alerta” de tais pessoas torna-se permanentemente ativo, criando um “medo do medo”; eles estão constantemente aterrorizados com a possibilidade de outro ataque de pânico. Essa condição em si os predispõe fortemente a outras manifestações de intensa ansiedade, criando um ciclo de feedback negativo.
Agorafobia
A experiência de um ataque de pânico é muitas vezes complicada, segundo Vincelli, pelo aparecimento da agorafobia, um distúrbio que leva o nome da palavra grega “agora”, um espaço público aberto.
A agorafobia consiste em um grande medo ou ansiedade relacionada a estar em certos lugares ou situações, como andar em transporte particular ou público; estar em espaços abertos ou fechados; esperar em uma fila; estar em uma multidão; ou apenas sair de casa sozinho. As pessoas que tiveram ataques de pânico evitam situações em que pode ser difícil para elas escaparem ou onde não teriam acesso para ter ajuda se tivessem outro ataque de pânico ou algum outro problema que pudesse fazê-las sentirem vergonha, como vomitando ou sendo incontinente.
A agorafobia, em suas formas mais intensas, pode limitar significativamente a vida social e profissional de uma pessoa; algumas pessoas acabam ficando em casa, ou tendo uma necessidade absoluta de um companheiro para enfrentar o mundo exterior – o chamado “companheiro de fobia” – sem as quais se sentiriam perdidas e incapazes de enfrentar as situações que desencadeiam sua fobia.
Conselhos para aqueles que sofrem de ataques de pânico
Que conselho o autor dá àqueles que sofrem de ataques de pânico? Acima de tudo, explica Vincelli, é importante tornar-se mais consciente dos estressores que põem em risco nosso equilíbrio psicológico, sejam esses estressores passados ou presentes. Ele então aponta que os ataques de pânico são situações temporárias que geralmente duram cerca de 10 minutos, e durante os quais os sintomas físicos não são o resultado de uma doença biológica, mas são canais para descarregar a tensão psicológica acumulada. Entender a natureza e a origem do que está acontecendo pode ajudar a reduzir o estresse, a ansiedade e o medo.
Pessoas que sofrem de um ataque de pânico podem se beneficiar de um esforço para respirar mais lenta e profundamente, porque a respiração curta e superficial comum durante um ataque de pânico piora os sintomas físicos, o que aumenta a ansiedade. Também pode ser útil desviar sua atenção do próprio corpo e concentrar-se no ambiente externo, de modo a deter a espiral descendente de ansiedade que se alimenta dos sintomas físicos.
Ao lidar com ataques de pânico, especialmente se você os tiver frequentemente, é vitalmente importante procurar ajuda profissional. Um psicoterapeuta pode fornecer a medicação apropriada e a psicoterapia necessária para ajudar o paciente a entender os mecanismos da ansiedade e ensiná-los técnicas comportamentais para ajudá-los a enfrentar a ansiedade com mais sucesso.
Sofrer ataques de pânico não é inevitável, nem eles têm que durar para sempre. Um ataque de pânico é um estado psicológico transitório, composto de pensamentos e comportamentos irracionais que, com a devida ajuda, podemos aprender a superar.
Como ajudar na luta contra a depressão
27/05/24
Conheça algumas atitudes importantes que você precisa ter para lutar contra a depressão com a ajuda da fé
A depressão tornou-se uma verdadeira epidemia em nossos dias. Pessoas de todos os níveis sociais, de todas as idades e de todos os países, são atingidas por ela
Mas é preciso saber de uma coisa: você não é obrigado a ser deprimido; a depressão tem cura! Não se entregue a ela como se estivesse num “beco sem saída”; ao contrário, lute para vencê-la, com a graça de Deus e a ajuda da medicina e da psicologia.
Deus ama você e tem um plano para a sua vida.
Ele não o criou para ser uma pessoa triste e derrotada, creia nisto. Jesus disse: “Eu vim para que tenham vida e a tenham em abundância” (Jo 10,10), e para isto Ele aceitou até morrer dolorosamente numa cruz. Cristo quer dar a você esta vida plena e abundante. Mas é preciso fazer a sua parte, querer e lutar. A graça de Deus não dispensa a natureza, mas a supõe e a enriquece. Deus não age contra a sua liberdade e a sua vontade.
Conheça algumas atitudes importantes que você precisa ter para lutar contra a depressão com a ajuda da fé. Lógico, sem excluir a ciência, a Medicina. A ciência e a fé andam juntas!
1. Jesus Cristo é o Médico de sua alma. Vá ao Seu encontro na oração, nos Evangelhos, na Confissão e na Eucaristia. “Porque todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo” (Rm 10,13).
2. Viva no Espírito Santo. O invoque continuamente. Ponha Deus no centro do seu coração. Quem está controlando a minha vida? Quem está sentado no trono do meu coração? É Jesus ou eu?
3. Perdoar a todos os que ofenderam e rezar por cada um deles. Há alguém na vida que eu ainda não perdoei?
4. Renove sua mente com a Palavra de Deus. Memorize versículos bíblicos que lhe dão força espiritual, alegria e paz. Use os Salmos para vencer o medo e dar glória a Deus.
5. Tenha uma imagem sadia de você mesmo. Aceite-se como filho de Deus, e como Ele te fez. Nada de negativismo, pessimismo, reclamação e críticas.
6. Busque primeiro o Reino de Deus (Mt 6,33). “Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, e de toda a tua alma e de todo o teu entendimento” (Mt 22,37). O resto virá por acréscimo.
7. Entregue-se a Deus, e sirva os outros. “Dai, e servos à dado; boa medida, recalcada, sacudida e transbordante, vos deitarão no vosso regaço” (Lc 6,38).
8. “Em todas as circunstâncias dai graças pois esta é a vontade de Deus” (1Ts 5,18). Louve a Deus em todas as circunstâncias.
9. Seja agradecido a Deus. Muitas pessoas deprimidas são mal agradecidas aos outros e a Deus.
10. “Não vos preocupeis com a vossa vida” (Mt 6,25). Faça a sua parte e deixe o resto nas mãos de Deus. Com Jesus e Maria, fique acima dos problemas, e não permita que eles sufoquem sua vida.
11. Aceite sempre a vontade de Deus. “Aceita tudo o que te acontecer” (Eclo 2,4). Diga: se assim Deus quer, eu também quero; pois é bom para mim. “Tudo concorre para o bem dos que amam a Deus”. “Se Deus é por nós quem será contra nós?”. “Tudo posso Naquele que me dá forças”.
12. “Não temas, crê somente”. Deus está no comando de tudo. Em Nome de Jesus expulse o medo do seu coração.
13. Não cultivar a autopiedade. Não fique com pena de si mesmo.
14. Quando estou sofrendo, Deus está fazendo uma obra de salvação e purificação em mim. Junte às suas lágrimas e dores no cálice do sangue do Senhor.
15. Lembre-se, todo problema tem solução, e para Deus não existe beco sem saída! Paciência, tudo passa,só Deus basta.
16. “Viva um dia de cada vez”. A cada dia basta o seu mal. Não se preocupe com o futuro. Ponha-o nas mãos de Deus.
17. Controle a imaginação; não deixar que a “louca da casa” fique solta. Não sofra com aquilo que ainda não aconteceu. “Não sangrar antes do tiro”.
18. Não fique remoendo os problemas à noite. Nessa hora “o mosquito fica do tamanho de um elefante”.
19. Não deixe de trabalhar e de lutar na depressão! Nunca ficar prostrado em uma cama. Levantar-se, rezar, caminhar, fazer ginástica, ler um bom livro, sair para conversar com um amigo, socorrer um necessitado… não se entregar.
20. Reze o Terço, se consagre a Nossa Senhora, São José, aos Anjos e Santos e a seu Anjo da Guarda. Tenha sempre consigo um livro de orações e a Bíblia. Bendiga a Deus sem cessar. (Com Cléofas)
8 sintomas físicos da depressão: fique atento a si mesmo e ao seu próximo
25/05/24
É uma obra de misericórdia ajudar a
cuidar bem dos doentes - e eles podem estar na sua família sem você ter notado
Há sintomas da depressão que são bem conhecidos: tristeza, pessimismo, apatia... Mas é um erro (ainda bastante comum) confundir a depressão com "mera tristeza", minimizando a sua gravidade.
A depressão é uma doença física. Ela está ligada ao desequilíbrio químico dos neurotransmissores e requer acompanhamento psiquiátrico adequado, desde o diagnóstico até o tratamento em si. Sem estas medidas, a depressão tende a se agravar.
Além dos sintomas ligados ao desânimo, também existem sensações físicas que podem indicar a doença. O site "Minha Vida" lista algumas delas:
1. Cansaço ou fadiga
A psicóloga e psicanalista Priscila Gasparini Fernandes, da Universidade de São Paulo (USP), explica que "a falta da produção adequada dos neurotransmissores serotonina, noradrenalina e dopamina gera uma prostração muito grande em pacientes", provocando fraqueza, cansaço, desânimo e falta de iniciativa para qualquer atividade.
2. Distúrbios do sono
Ou o paciente dorme demais, buscando no sono uma fuga da realidade, ou não consegue dormir, porque não é capaz de se desligar dos problemas que o levaram à depressão. O resultado é um sono de má qualidade. O paciente não descansa o necessário, daí a piora no rendimento em suas atividades.
3. Problemas digestivos
A depressão envolve a diminuição de produção dos neurotransmissores, como a serotonina e a noradrenalina, que são responsáveis pela modulação da dor e pelo equilíbrio emocional. Por isso, o paciente apresenta maior sensibilidade à dor gastrointestinal, muito comum em quadros depressivos.
4. Mudanças no apetite e no peso
A depressão altera o apetite, seja para a falta, seja para o excesso, provocando perda ou ganho de peso de acordo com cada indivíduo. É necessário observar o comportamento anormal e buscar ajuda para o adequado diagnóstico e tratamento. É possível que o quadro seja de anorexia ou bulimia, diferentes da depressão, mas capazes de levar a ela.
5. Dor de cabeça
O indivíduo com depressão acumula sintomas emocionais, frustrações, medos e inseguranças e os descarrega no corpo, somatizando-os, afirma a psicóloga Priscila. Daí as dores de cabeça. É um processo inconsciente: o individuo não tem controle sobre isso. É preciso procurar ajuda profissional.
6. Tensão na nuca e nos ombros
Em decorrência da somatização, o paciente depressivo fica em constante estado de alerta, ansiedade e nervosismo, o que se reflete na tensão da musculatura, principalmente da nuca e dos ombros.
7. Dores generalizadas
O corpo todo apresenta sensação de dor, mas as costas e o peito são os mais afetados. É que o cansaço próprio da depressão compromete a postura física do paciente, piorando a tensão e as dores musculares. A falta de atividades físicas agrava ainda mais o quadro.
8. Imunidade baixa
A pessoa com depressão se sente mal, física e mentalmente, o que pode interferir na imunidade. Ocorre uma liberação descontrolada de hormônios quando não estamos bem emocionalmente, afetando as células de defesa.
10 coisas que você pode fazer para ajudar um familiar deprimido
24/05/24
Segundo as estimativas, a depressão afeta 350 milhões de pessoas em todo o mundo. Esta doença é difícil para a pessoa que a sofre. Mesmo que nem sempre o diga, precisa de apoio para melhorar
A depressão é profundamente isolante. A pessoa deprimida pode ser ferida ou exasperada por certas palavras e gestos considerados indelicados por pessoas em seu entorno. Aqui estão as 10 coisas a fazer se você quiser ajudar um familiar que está deprimido.
1. Simpatizar sem queixar, apoiar sem “entrar no jogo do outro” ou ceder à chantagem emocional. Escutar sem ser absorvido pelo “delírio” ou pela lamentação e responder positivamente: “Há uma solução e a encontraremos juntos”.
2. Alguns gestos afectuosos (dar a mão, abraçar, olhar, sorrir…) são muitas vezes mais eficazes do que “boas palavras”.
3. Explicar às crianças que se a mãe ou o pai está triste, a culpa não é deles, é um episódio doloroso em sua vida, que a depressão é uma doença que pode ser curada, mas que é como uma larga corrida. Por isso, temos que ser pacientes.
4. Não deixar que a pessoa se encerre na sua solidão. Tente a todo custo que ela saia de casa para quebrar o seu isolamento: convide a visitas, passeios, compras… Permitir que conheça pessoas que se sentem bem.
5. Encorajar a mais pequena iniciativa e felicitar pela os “pequenos passos”.
6. Tentar manter a calma e não ter medo de estabelecer limites em caso de raiva injustificada. A depressão não desculpa tudo.
7. Não admitir o desleixo.
8. Evitar observações que empurrem a pessoa para o desamparo, tais como: “Você tem tudo para ser feliz! “Olha demasiado para o umbigo”, ou “Se Mexe um pouco!” o que é como incitar um amputado a correr.
9. Não deixar que a pessoa deprimida o esgote, saber como se distrair e “recarregar as baterias”. Não tenha vergonha de estar farto!
10. Rezar ao Senhor para que ele lhe dê a força para desempenhar bem o seu papel e para que ele conceda cura à pessoa doente.
Quando a depressão sorri
24/05/24
Entenda o que é e como evitar a depressão sorridente
No campo da psicologia, existe algo que é conhecido como “depressão sorridente”. A pessoa com depressão possui uma aparência de normalidade e até de felicidade, pois vive os sintomas da depressão somente dentro de si. Não os expressa, mas se esforça em esconder a doença de qualquer maneira.
Dessa forma, a depressão se torna quase imperceptível para todos, menos para quem a sofre. Ela se torna, a cada dia, mais um peso, uma dor.
Mas por que a pessoa esconde a sua depressão se é algo tão doloroso?
Bem, as causas são diversas, mas, em geral, o sorriso é equivalente a um mecanismo de defesa, ou seja, o sujeito usa uma máscara para esconder a sua tristeza e a sua dor. Geralmente as pessoas que tendem a esconder (de modo até inconsciente), possuem as seguintes características:
- Vergonha e/ou sentimento de incapacidade se demonstrar suas vulnerabilidades;
- Não conseguem dizer a si mesmas que precisam de ajuda, porque alguma coisa fugiu da sua normalidade;
- Não querem preocupar os que estão ao seu redor, e por isso, sofrem sozinhas;
- Foram obrigadas pela vida, de alguma forma, a serem "fortes" o tempo todo e, por isso, possuem dificuldade em pedir ajuda;
A depressão sorridente, está presente principalmente em pessoas:
- Introvertidas, que tendem a guardar seus problemas ou têm dificuldade em falar sobre suas emoções;
- Perfeccionistas, que exigem muito de si e acreditam que não podem falhar em nenhuma área da vida.
- Hiper-responsáveis, que acreditam que carregam o mundo em seus ombros e pensam que, se entrarem em colapso, uma catástrofe de proporções épicas ocorreria.
Então, se você teve a oportunidade de ler esse artigo e conhece alguém que está tentando esconder a depressão por trás de um sorriso, encoraje-a a enfrentar a dor e a pedir ajuda.
Seja humano, compartilhe sem medo sua vulnerabilidade com quem precisa. Dessa forma, você será capaz de se conectar emocionalmente com o outro. E, quando o outro se identificar com suas vulnerabilidades, é muito provável que ele traga para você as suas próprias dificuldades.
É possível trazer luz à escuridão do outro. É possível ajudá-lo para que o outro volte a sorrir de forma verdadeira. Para que o outro volte a sorrir porque encontrou o verdadeiro sentido para viver. Porque encontrou graça na vida e porque entendeu que a noite escura veio, mas já vai passar.
Para saber mais sobre como evitar ou tratar a depressão, clique aqui e siga a psicóloga Talita Rodrigues no Instagram
Fé: um caminho possível para lidar com a depressão
24/05/24
A fé sempre é um recurso poderoso, mas deve ser combinada com abordagens médicas adequadas para oferecer um suporte completo àqueles que estão lutando contra a depressão
A depressão é uma condição complexa que afeta milhões de pessoas em todo o mundo. Ela pode causar sentimentos de tristeza profunda, falta de interesse nas atividades cotidianas e uma sensação de vazio. E, em momentos assim, a fé pode desempenhar um papel importante. Para muitas pessoas, a crença em algo maior do que elas mesmas pode oferecer conforto e esperança.
A fé pode fornecer uma estrutura de apoio durante os momentos mais difíceis da vida. Ela pode ser um farol de luz que guia aqueles que estão lutando contra a depressão, lembrando-os de que não estão sozinhos em sua jornada.
A conexão com uma comunidade religiosa ou espiritual pode criar um senso de pertencimento, proporcionando um espaço seguro para compartilhar experiências e buscar apoio. No entanto, é importante reconhecer que a fé não é a única solução para a depressão.
A doença mental é multifacetada e muitas vezes requer uma abordagem holística, que pode incluir terapia, medicação e suporte social. Algumas pessoas podem encontrar conflitos entre sua fé e a experiência da depressão, questionando por que estão passando por algo tão difícil, mesmo com sua crença.
O diálogo aberto sobre depressão dentro de contextos religiosos ou espirituais é fundamental. Líderes religiosos e membros da comunidade podem desempenhar um papel vital ao promover uma compreensão compassiva da depressão e encorajar aqueles que estão sofrendo a procurar ajuda profissional.
A fé sempre é um recurso poderoso, mas deve ser combinada com abordagens médicas adequadas para oferecer um suporte completo àqueles que estão lutando contra a depressão. A psicoterapia e a medicação - quando necessária -, são cruciais para lidar com a depressão. Contudo, a fé é a única coisa capaz de dar sentido ao sofrimento causado pela depressão.
A relação entre depressão e fé é única para cada pessoa. Algumas encontrarão consolo e força em sua fé. Ter fé em meio à aridez e a dor, é um passo corajoso e crucial na jornada de enfrentar a depressão.
Conte com Deus. Tenha fé e nunca se esqueça de que tudo o que chega até você é seu, e você pode sim suportar.
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Redescobrindo a esperança: enfrentando a depressão
25/05/24
Redescobrir a esperança na travessia da depressão é recordar-se de que a vida sempre terá a última palavra
Antes de qualquer coisa, gostaria de advertir ao leitor que este artigo não é um artigo de psicologia. Sabemos que a depressão não é uma questão de querer, nem de falta de fé, de Deus ou de coragem. Ela é uma doença psiquiátrica crônica, que se manifesta através de uma profunda tristeza que leva a um sentimento de desesperança. A pessoa que enfrenta a depressão se sente inútil, sem razão para levantar, comer, se arrumar. E a espiral descendente pode levar a atos irreversíveis, como o suicídio.
Se este artigo não trata da depressão sob o ângulo da psicologia, de que trataremos? De como, num contexto espiritual, a virtude de Esperança pode ajudar a atravessar a depressão.
A fé cristã tem como um de seus fundamentos a Esperança que nasce da vitória do Cristo sobre a morte. Com a ressurreição somos testemunhas de que a vida sempre terá a última palavra. Se a fé somente (salvo um milagre, o que é sempre possível) não cura automaticamente da depressão, a esperança pode ajudar a atravessá-la.
Toda a caminhada do povo de Deus na Sagrada Escritura é semeada por momentos de grandes atos de fé, momentos de vitórias, também de dúvidas et tristezas. Lembremo-nos dos salmos... Sempre encontramos passagens que falam das mais diversas situações e sentimentos humanos, inclusive, a desesperança que se manifesta pela tristeza. O salmo 12, por exemplo, começa assim: “Até quando, Senhor, de todo vos esquecereis de mim? Por quanto tempo ainda desviareis de mim os vossos olhares? Até quando aninharei a angústia na minha alma, e, dia após dia, a tristeza no coração?”
Somos conscientes de que o Senhor não abandona seu servo, seu amigo. Mas é justamente este sentimento que a depressão exacerba pois o sentimento de abandono é o fruto da desesperança. Sabemos que o contexto deste salmo é uma questão de conflito.
A depressão é um inimigo que oprime e que impede de ver o sol em dia ensolarado. Neste contexto, a fé que leva à esperança, pode ajudar na travessia, no combate. É importante e essencial a ajuda psicológica, mas não deixemos de lado o contexto espiritual que pode ser uma muleta que ajudará na caminhada.
E como não se deixar invadir completamente por esse sentimento de desesperança? Fixando o agora, o hoje.
Viver a graça do tempo presente. Essa atitude não é a mais simples que podemos ter. Sempre estamos focados no futuro. Querendo planejar a vida e fazer todo o necessário para isso. A graça do tempo presente é o enraizamento no agora. Mesmo se este agora é doloroso ou dolorido, a dor pode ser ainda maior se olhamos para o amanhã com um sentimento de não haver perspectivas. E se olharmos para o amanhã com os olhos da angústia e do medo - motores da depressão, que destorcem a realidade - nos distanciamos do real, do agora.
A esperança não é sinônimo de resultado. A esperança é um caminho, uma estrada que somos convidados a trilhar, juntos, com o Senhor. Dia após dia. O mesmo salmista que grita seu sofrimento e sua solidão é o mesmo que vai manifestar sua confiança, sem saber ao certo o que vai acontecer, ele não está fixado no resultado, mas na fidelidade de Deus. Ele sabe que Deus, apesar das aparências, não o abandona. “Iluminai meus olhos com vossa luz, para eu não adormecer na morte...” pedirá o salmista, não sem concluir com um ato de esperança: “Antes possa meu coração regozijar-se em vosso socorro! Dia após dia, um passo de cada vez.
Quando temos medo e a noite nos assusta... Sempre há Esperança! O Senhor é a Luz que conduz nossos passos e sustenta nossas vidas. É Ele quem reacende em nós a Luz da esperança. Reze conosco o retiro online Redescobrindo a Esperança: enfrentando a depressão com a Comunidade Filhos de Maria, pela rede social de oração Hozana (clique aqui para participar).
Concluo citando a primeira estrofe da música “Vivendo”, interpretada pelo padre Fabio de Melo e pela Kell Smith, que poderia ser uma espécie de “salmo” contemporâneo. Diz assim: “Como é que faz pra se manter em meio ao caos. Ter esperança mesmo sem ver o final: Vivendo. Vivendo.” Um gesto de cada vez. Enraizado no tempo presente.
Redescobrir a esperança na travessia da depressão é recordar-se de que a vida sempre terá a última palavra. E vivendo no tempo presente, ajudado pelos entes queridos e profissionais, dando um espaço para Deus, ainda que bem pequeno, renasce a esperança, e se pode chegar até o fim. E assim, como o salmista, dizer: “Então cantarei ao Senhor pelos benefícios que me concedeu.”
Padre Emmanuel Albuquerque, pelo Hozana
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