O Espírito Santo e a Igreja
O Espírito Santo é a alma da
Igreja
A Igreja foi manifestada ao mundo no dia de Pentecostes. Jesus, glorificado à direita do Pai, após a sua Ascensão ao céu, enviou o Espírito Santo sobre a Igreja que instituíra sobre Pedro e os Apóstolos, tendo Maria como Mãe, para anunciar o Evangelho da salvação a todos os povos.
O dom do Espírito Santo foi a primeira grande graça que o Senhor conquistou para a sua Igreja pelos méritos da sua paixão e morte na cruz.Na oração eucarística da Missa de Pentecostes, a Igreja reza: “Para levar à plenitude os mistérios pascais, derramastes, hoje, o Espírito Santo prometido, em favor de vossos filhos e filhas. Desde o nascimento da Igreja é ele quem dá a todos os povos o conhecimento do verdadeiro Deus; e une, numa só fé, a diversidade das raças e línguas”.No dia de Pentecostes Deus deu início a reunificação dos seus filhos dispersos pelo pecado, desde o Paraíso. A confusão das línguas na torre de Babel é agora dissolvida numa só língua que todos entendem. Cristo é o Tronco da grande Árvore que é a Igreja, e o Seu Santo Espírito é a Seiva que circula em todos os seus ramos.
O Espírito Santo é a alma da Igreja. Dizia Santo Agostinho: “O que é o nosso espírito, isto é a nossa alma em relação aos nossos membros, assim é o Espírito Santo em relação aos membros de Cristo, ao Corpo de Cristo que é a Igreja” (Serm. 267,4). Na Encíclica “Mystici Corporis Christi”, o Papa Pio XII reafirma esse ensinamento dizendo que: “A esse Espírito de Cristo, como a princípio invisível, deve-se atribuir também a união de todas as partes do corpo tanto entre si como com sua Cabeça, pois que ele está todo na Cabeça, todo no Corpo e todo em cada um dos seus membros”. Da mesma forma São Paulo ensina que o Espírito Santo é que faz da Igreja “o Templo do Deus vivo” (2 Cor 6,16). “É nele que também vós outros entrais conjuntamente, pelo Espírito Santo, na estrutura do edifício que se torna a habitação de Deus” (Ef 2,22).
A “Lumen Gentium” nos ensina que: “Terminada a obra que o Pai havia confiado ao Filho para realizar na terra, foi enviado o Espírito Santo no dia de Pentecostes para santificar a Igreja permanentemente” (LG,4). É o Espírito Santo que faz a Igreja ser, como disse São Paulo, a comunidade dos “concidadãos dos santos e membros da família de Deus” (Ef 2,19).
Podemos dizer que da mesma forma que o Espírito Santo formou Jesus no seio da Virgem Maria, Ele que é a Cabeça da Igreja, igualmente forma os membros desse mesmo Corpo. Santo Ireneu (†202), com palavras impressionantes se expressava sobre a ação do Espírito Santo na Igreja: “Com efeito, é à própria Igreja que foi confiado o dom de Deus. É nela que foi depositada a comunhão com Cristo, isto é, o Espírito Santo, penhor da incorruptibilidade, confirmação de nossa fé e medida da nossa ascensão para Deus. Pois lá onde está a Igreja ali também está o Espírito de Deus; e lá onde está o Espírito de Deus, alí está a Igreja e toda a graça” (Adv.haer. 3.24.1). O mesmo ensinava Santo Hipólito (160-235): “A Igreja é o lugar onde floresce o Espírito”. Santo Agostinho (354-430) dizia o mesmo: “Onde está a Igreja aí está o Espírito de Deus. Na medida que alguém ama a Igreja é que possui o Espírito Santo”. E completava: “Fazei-vos Corpo de Cristo se quereis viver do Espírito de Cristo. Somente o Corpo de Cristo vive de Seu Espírito”.
È no coração da Igreja que encontramos o Espírito Santo. Quem não ama a Igreja não o encontra. Quem não o busca no seio da Igreja não o encontra, pois é ali que Ele mora. É ainda o Papa Pio XII, na mesma Encíclica já citada que afirma que o Espírito Santo é: “O princípio de toda ação vital e verdadeiramente salutar em cada uma das diversas partes do Corpo”.
O Espírito Santo age de muitas formas no Corpo de Cristo para edificá-lo na caridade. É essa a sua missão maior: formar o Corpo de Cristo, a família de Deus salva. “É por Ele que todo o Corpo – coordenado e unido por conexões que estão a seu dispor, trabalhando cada um conforme a atividade que lhe é própria – efetua esse crescimento, visando à sua plena edificação na caridade” (Ef 4,16).
Quanto mais cada cristão for “repleto” do Espírito Santo, tanto mais a Igreja o será, e tanto mais ela será edificada. “Que devemos fazer, irmãos?” Pedro lhes respondeu: “Arrependei-vos, e cada um de vós seja batizado em nome de Jesus Cristo para a remissão dos pecados, e recebereis o dom do Espírito Santo” (At 2,37-38). Deus Pai quer nos dar o Seu Espírito, porque sem Ele não conseguiremos fazer a Sua vontade e sermos cristãos verdadeiramente. O próprio Senhor disse isso explicitamente: “Se vós, pois, sendo maus, sabeis dar boas coisas aos vossos filhos, quanto mais vosso Pai celestial dará o Espírito Santo àqueles que o pedirem”( Lc 11,13).
Na Oração Eucarística [III], pedimos ao Pai: “…concedei que alimentando-nos com o corpo e o sangue do vosso Filho , sejamos repletos do Espírito Santo e nos tornemos em Cristo um só corpo e um só Espírito”. Pela Palavra de Deus, que São Paulo chama de “a espada do Espírito” (Ef 6,17), Ele faz com que o Povo de Deus adquira os “mesmos sentimentos de Cristo Jesus” (Fl 2,2). Pela força da Palavra o Espírito atua maravilhosamente no Corpo do Senhor. Como disse São Pedro: “Homens inspirados pelo Espírito Santo falaram da parte de Deus” (2 Pe 1,21).
Pela Sagrada Escritura o Espírito Santo ilumina a Igreja: “Toda a Escritura é inspirada por Deus, e útil para ensinar, para repreender, para corrigir e para formar na justiça. Por ela o homem de Deus se torna perfeito, capacitado para toda boa obra” (2Tm 3,16-17). Por esta Palavra, que o profeta Isaias chama de “uma espada cortante” (Is 49,2), e que São Pedro chama de “regeneradora e eterna” (1 Pe 1,23), o Espírito Santo educa e santifica a Igreja.
Pelos Sacramentos o Espírito Santo atua de forma poderosa na Igreja, e a faz crescer em graça e santidade. Pelo Batismo forma o Corpo de Cristo: “Em um só Espírito fomos batizados todos nós, para formar um só Corpo…, e todos fomos impregnados do mesmo Espírito” (1 Cor 12,13). Pelos carismas, graças do Espírito Santo para a utilidade da Igreja, Ele edifica o Corpo de Cristo.
A “Lumen Gentium”, quando fala dos carismas, diz: “O Espírito Santo não se limita a santificar e dirigir o povo de Deus por meio dos sacramentos e ministérios, e a orná-lo com as virtudes, mas também, nos fiéis de todas as classes, “distribui individualmente e a cada um, conforme entende”, os seus dons(1Cor12,11) e as graças especiais que os tornam aptos e disponíveis para assumir os diversos cargos e ofícios úteis à renovação e maior incremento da Igreja”(LG,12). O Catecismo diz que: “São uma maravilhosa riqueza de graça para a vitalidade apostólica e para a santidade de todo o Corpo de Cristo, mas desde que se trate de dons que provenham verdadeiramente do Espírito Santo e que sejam exercidos de maneira plenamente conforme os impulsos autênticos deste mesmo Espírito, isto é, segundo a caridade, verdadeira medida dos carismas” (CIC, 800).
Em sua Catequese sobre a Igreja, em 24 de junho de 1992, o Papa João Paulo II nos ensinou sobre os carismas: “A participação na missão messiânica, da parte do Povo de Deus, não é, portanto, procurada apenas pela estrutura ministerial e pela vida sacramental da Igreja. Provém também de outra via, a dos dons espirituais ou carismas”.
“No único Corpo, cada um deve desempenhar o próprio papel, segundo o carisma recebido. Ninguém pode receber todos os carismas, nem permitir-se invejar os carismas dos outros. O carisma de cada um deve ser respeitado e valorizado para o bem do Corpo.”
“Como toda a Comunidade eclesial foi posta por Cristo sob a guia da autoridade eclesiástica, esta é competente para julgar o valor e a autenticidade dos carismas…”
É ainda o Espírito Santo que leva a Igreja à verdade total: “Quando vier o Paráclito, o Espírito da verdade, ensinar-vos-à toda a verdade” (Jo 16,13). É por isso que há dois mil anos a Igreja guarda o “depósito da fé” intacto, na mesma firma que os Apóstolos receberam do Senhor.
O Espírito Santo embeleza e santifica a Igreja com os seus frutos, além de enriquecê-la com os carismas e guiá-la com os dons hierárquicos e carismáticos. “A uns Ele constituiu apóstolos, a outros, profetas; a outros evangelistas, pastores, doutores, para o aperfeiçoamento dos cristãos, para o desempenho da tarefa que visa a construção do Corpo de Cristo…” (Ef 4,11-13). O Espírito Santo continuamente renova e rejuvenesce a Igreja com a força do Evangelho e a leva à união perfeita com o Esposo.“O Espírito e a Esposa dizem: Vem! “ (Apoc 22,17).
É o Espírito Santo quem age na hierarquia da santa Igreja, quando exerce as funções sacramentais, administrativas e jurídicas. É claro que Ele não anula a liberdade do ministro, e tanto mais opera quanto maior a sua santidade e submissão à vontade de Deus. É por Ele que a Igreja é infalível quando nos ensina o caminho da salvação. Lembremo-nos da grande promessa que Jesus fez aos Apóstolos na última Ceia: “Muitas coisas ainda tenho a dizer-vos, mas não as podeis suportar agora. Quando vier o Paráclito, o Espírito da Verdade, ensinar-vos-á TODA a verdade…” (Jo16,13).
Após a Ressurreição Jesus voltou para junto do Pai, para reintroduzir o homem à Sua direita gloriosa, não para nos abandonar na nossa fraqueza. Enviando o Espírito Santo, Ele agora, mais do que “entre” nós, está “em” cada um de nós.
Prof. Felipe Aquino
O Espírito Santo é a alma da Igreja
A Igreja foi manifestada ao mundo no dia de Pentecostes. Jesus, glorificado à direita do Pai, após a sua Ascensão ao céu, enviou o Espírito Santo sobre a Igreja que instituíra sobre Pedro e os Apóstolos, tendo Maria como Mãe, para anunciar o Evangelho da salvação a todos os povos.
O dom do Espírito Santo foi a primeira grande graça que o Senhor conquistou para a sua Igreja pelos méritos da sua paixão e morte na cruz.Na oração eucarística da Missa de Pentecostes, a Igreja reza: “Para levar à plenitude os mistérios pascais, derramastes, hoje, o Espírito Santo prometido, em favor de vossos filhos e filhas. Desde o nascimento da Igreja é ele quem dá a todos os povos o conhecimento do verdadeiro Deus; e une, numa só fé, a diversidade das raças e línguas”.No dia de Pentecostes Deus deu início a reunificação dos seus filhos dispersos pelo pecado, desde o Paraíso. A confusão das línguas na torre de Babel é agora dissolvida numa só língua que todos entendem. Cristo é o Tronco da grande Árvore que é a Igreja, e o Seu Santo Espírito é a Seiva que circula em todos os seus ramos.
O Espírito Santo é a alma da Igreja. Dizia Santo Agostinho: “O que é o nosso espírito, isto é a nossa alma em relação aos nossos membros, assim é o Espírito Santo em relação aos membros de Cristo, ao Corpo de Cristo que é a Igreja” (Serm. 267,4). Na Encíclica “Mystici Corporis Christi”, o Papa Pio XII reafirma esse ensinamento dizendo que: “A esse Espírito de Cristo, como a princípio invisível, deve-se atribuir também a união de todas as partes do corpo tanto entre si como com sua Cabeça, pois que ele está todo na Cabeça, todo no Corpo e todo em cada um dos seus membros”. Da mesma forma São Paulo ensina que o Espírito Santo é que faz da Igreja “o Templo do Deus vivo” (2 Cor 6,16). “É nele que também vós outros entrais conjuntamente, pelo Espírito Santo, na estrutura do edifício que se torna a habitação de Deus” (Ef 2,22).
A “Lumen Gentium” nos ensina que: “Terminada a obra que o Pai havia confiado ao Filho para realizar na terra, foi enviado o Espírito Santo no dia de Pentecostes para santificar a Igreja permanentemente” (LG,4). É o Espírito Santo que faz a Igreja ser, como disse São Paulo, a comunidade dos “concidadãos dos santos e membros da família de Deus” (Ef 2,19).
Podemos dizer que da mesma forma que o Espírito Santo formou Jesus no seio da Virgem Maria, Ele que é a Cabeça da Igreja, igualmente forma os membros desse mesmo Corpo. Santo Ireneu (†202), com palavras impressionantes se expressava sobre a ação do Espírito Santo na Igreja: “Com efeito, é à própria Igreja que foi confiado o dom de Deus. É nela que foi depositada a comunhão com Cristo, isto é, o Espírito Santo, penhor da incorruptibilidade, confirmação de nossa fé e medida da nossa ascensão para Deus. Pois lá onde está a Igreja ali também está o Espírito de Deus; e lá onde está o Espírito de Deus, alí está a Igreja e toda a graça” (Adv.haer. 3.24.1). O mesmo ensinava Santo Hipólito (160-235): “A Igreja é o lugar onde floresce o Espírito”. Santo Agostinho (354-430) dizia o mesmo: “Onde está a Igreja aí está o Espírito de Deus. Na medida que alguém ama a Igreja é que possui o Espírito Santo”. E completava: “Fazei-vos Corpo de Cristo se quereis viver do Espírito de Cristo. Somente o Corpo de Cristo vive de Seu Espírito”.
È no coração da Igreja que encontramos o Espírito Santo. Quem não ama a Igreja não o encontra. Quem não o busca no seio da Igreja não o encontra, pois é ali que Ele mora. É ainda o Papa Pio XII, na mesma Encíclica já citada que afirma que o Espírito Santo é: “O princípio de toda ação vital e verdadeiramente salutar em cada uma das diversas partes do Corpo”.
O Espírito Santo age de muitas formas no Corpo de Cristo para edificá-lo na caridade. É essa a sua missão maior: formar o Corpo de Cristo, a família de Deus salva. “É por Ele que todo o Corpo – coordenado e unido por conexões que estão a seu dispor, trabalhando cada um conforme a atividade que lhe é própria – efetua esse crescimento, visando à sua plena edificação na caridade” (Ef 4,16).
Quanto mais cada cristão for “repleto” do Espírito Santo, tanto mais a Igreja o será, e tanto mais ela será edificada. “Que devemos fazer, irmãos?” Pedro lhes respondeu: “Arrependei-vos, e cada um de vós seja batizado em nome de Jesus Cristo para a remissão dos pecados, e recebereis o dom do Espírito Santo” (At 2,37-38). Deus Pai quer nos dar o Seu Espírito, porque sem Ele não conseguiremos fazer a Sua vontade e sermos cristãos verdadeiramente. O próprio Senhor disse isso explicitamente: “Se vós, pois, sendo maus, sabeis dar boas coisas aos vossos filhos, quanto mais vosso Pai celestial dará o Espírito Santo àqueles que o pedirem”( Lc 11,13).
Na Oração Eucarística [III], pedimos ao Pai: “…concedei que alimentando-nos com o corpo e o sangue do vosso Filho , sejamos repletos do Espírito Santo e nos tornemos em Cristo um só corpo e um só Espírito”. Pela Palavra de Deus, que São Paulo chama de “a espada do Espírito” (Ef 6,17), Ele faz com que o Povo de Deus adquira os “mesmos sentimentos de Cristo Jesus” (Fl 2,2). Pela força da Palavra o Espírito atua maravilhosamente no Corpo do Senhor. Como disse São Pedro: “Homens inspirados pelo Espírito Santo falaram da parte de Deus” (2 Pe 1,21).
Pela Sagrada Escritura o Espírito Santo ilumina a Igreja: “Toda a Escritura é inspirada por Deus, e útil para ensinar, para repreender, para corrigir e para formar na justiça. Por ela o homem de Deus se torna perfeito, capacitado para toda boa obra” (2Tm 3,16-17). Por esta Palavra, que o profeta Isaias chama de “uma espada cortante” (Is 49,2), e que São Pedro chama de “regeneradora e eterna” (1 Pe 1,23), o Espírito Santo educa e santifica a Igreja.
Pelos Sacramentos o Espírito Santo atua de forma poderosa na Igreja, e a faz crescer em graça e santidade. Pelo Batismo forma o Corpo de Cristo: “Em um só Espírito fomos batizados todos nós, para formar um só Corpo…, e todos fomos impregnados do mesmo Espírito” (1 Cor 12,13). Pelos carismas, graças do Espírito Santo para a utilidade da Igreja, Ele edifica o Corpo de Cristo.
A “Lumen Gentium”, quando fala dos carismas, diz: “O Espírito Santo não se limita a santificar e dirigir o povo de Deus por meio dos sacramentos e ministérios, e a orná-lo com as virtudes, mas também, nos fiéis de todas as classes, “distribui individualmente e a cada um, conforme entende”, os seus dons(1Cor12,11) e as graças especiais que os tornam aptos e disponíveis para assumir os diversos cargos e ofícios úteis à renovação e maior incremento da Igreja”(LG,12). O Catecismo diz que: “São uma maravilhosa riqueza de graça para a vitalidade apostólica e para a santidade de todo o Corpo de Cristo, mas desde que se trate de dons que provenham verdadeiramente do Espírito Santo e que sejam exercidos de maneira plenamente conforme os impulsos autênticos deste mesmo Espírito, isto é, segundo a caridade, verdadeira medida dos carismas” (CIC, 800).
Em sua Catequese sobre a Igreja, em 24 de junho de 1992, o Papa João Paulo II nos ensinou sobre os carismas: “A participação na missão messiânica, da parte do Povo de Deus, não é, portanto, procurada apenas pela estrutura ministerial e pela vida sacramental da Igreja. Provém também de outra via, a dos dons espirituais ou carismas”.
“No único Corpo, cada um deve desempenhar o próprio papel, segundo o carisma recebido. Ninguém pode receber todos os carismas, nem permitir-se invejar os carismas dos outros. O carisma de cada um deve ser respeitado e valorizado para o bem do Corpo.”
“Como toda a Comunidade eclesial foi posta por Cristo sob a guia da autoridade eclesiástica, esta é competente para julgar o valor e a autenticidade dos carismas…”
É ainda o Espírito Santo que leva a Igreja à verdade total: “Quando vier o Paráclito, o Espírito da verdade, ensinar-vos-à toda a verdade” (Jo 16,13). É por isso que há dois mil anos a Igreja guarda o “depósito da fé” intacto, na mesma firma que os Apóstolos receberam do Senhor.
O Espírito Santo embeleza e santifica a Igreja com os seus frutos, além de enriquecê-la com os carismas e guiá-la com os dons hierárquicos e carismáticos. “A uns Ele constituiu apóstolos, a outros, profetas; a outros evangelistas, pastores, doutores, para o aperfeiçoamento dos cristãos, para o desempenho da tarefa que visa a construção do Corpo de Cristo…” (Ef 4,11-13). O Espírito Santo continuamente renova e rejuvenesce a Igreja com a força do Evangelho e a leva à união perfeita com o Esposo.“O Espírito e a Esposa dizem: Vem! “ (Apoc 22,17).
É o Espírito Santo quem age na hierarquia da santa Igreja, quando exerce as funções sacramentais, administrativas e jurídicas. É claro que Ele não anula a liberdade do ministro, e tanto mais opera quanto maior a sua santidade e submissão à vontade de Deus. É por Ele que a Igreja é infalível quando nos ensina o caminho da salvação. Lembremo-nos da grande promessa que Jesus fez aos Apóstolos na última Ceia: “Muitas coisas ainda tenho a dizer-vos, mas não as podeis suportar agora. Quando vier o Paráclito, o Espírito da Verdade, ensinar-vos-á TODA a verdade…” (Jo16,13).
Após a Ressurreição Jesus voltou para junto do Pai, para reintroduzir o homem à Sua direita gloriosa, não para nos abandonar na nossa fraqueza. Enviando o Espírito Santo, Ele agora, mais do que “entre” nós, está “em” cada um de nós.
Prof. Felipe Aquino
Quais são os símbolos do Espírito Santo?
O Catecismo da Igreja nos ensina
sobre os símbolos do Espírito Santo (Cf. §694ss). É preciso entender que são
apenas símbolos que procuram nos fazer entender a Pessoa e a Obra do Espírito
Santo.
A água é um dos símbolos que significa a ação do Espírito Santo no Batismo, pois após a invocação do Espírito Santo ela se torna o sinal sacramental eficaz do novo nascimento: a água batismal significa que nosso nascimento para a vida divina, nos é dado o Espírito Santo. O Espírito Santo é “água viva” que jorra de Cristo crucificado como de sua fonte e que em nós jorra em Vida Eterna.
A unção com óleo é outro símbolo do Espírito Santo. Na iniciação cristã, ela é o sinal sacramental da confirmação. Cristo (“Messias” no hebraico) significa “Ungido” do Espírito de Deus. Jesus é o Ungido de Deus de uma forma única: a humanidade que o Filho assume é totalmente “ungida do Espírito Santo”. Jesus é constituído “Cristo” pelo Espírito Santo.
O fogo simboliza a energia transformadora dos atos do Espírito Santo. João Batista anunciou o Cristo como aquele que “batizará com o Espírito Santo e com o fogo” (Lc 3,16), esse Espírito do qual Jesus disse: “Vim trazer fogo à terra, e quanto desejaria que já estivesse acesso (Lc 12,49). É sob a forma de línguas “que se diriam de fogo” o Espírito Santo pousa sobre os discípulos na manhã de Pentecostes e os enche Dele. São Paulo diz: “Não extingais o Espírito” (1Ts 5,19).
A nuvem e a luz também são símbolos do Espírito. Estes sinais aparecem nas manifestações do Espírito Santo desde o Antigo Testamento. A Nuvem, ora escura, ora luminosa, revela o Deus vivo e salvador, escondendo a transcendência de sua Glória: com Moisés sobre a montanha do Sinai, na Tenda de Reunião e durante a caminhada no deserto. O Espírito Santo paira sobre a Virgem Maria e a cobre “com sua sombra”, para que ela conceba e dê à luz Jesus. No monte da Transfiguração, é ele que “sobrevêm na nuvem que toma” Jesus, Moisés e Elias, Pedro, Tiago e João “debaixo de sua sombra”; da Nuvem sai uma voz que diz: “Este é meu Filho, o Eleito, ouvi-o sempre” (Lc 9,34-35). É essa Nuvem que “esconde Jesus aos olhos” dos discípulos no dia da Ascensão e que o revelará Filho do Homem em sua glória no Dia de sua Vinda.
O selo é um símbolo parecido com a unção. É Cristo que “Deus marcou com seu selo” (Jo 6,27) e é nele que também o Pai nos marca com seu selo. O selo significa o efeito indelével (inapagável) da unção do Espírito Santo nos sacramentos do batismo, da confirmação e da ordem. Por isso, esses três sacramentos não podem ser repetidos.
A imposição das mãos é usada como símbolo porque é impondo as mãos que Jesus cura os doentes e abençoa as criancinhas. Em nome dele, os apóstolos farão o mesmo. É pela imposição das mãos dos apóstolos que o Espírito Santo é dado. A Igreja conservou este sinal da efusão do Espírito Santo em suas epicleses (invocação) do Espírito Santo na Consagração da Missa.
O dedo é um símbolo do Espírito porque “É pelo dedo de Deus que (Jesus) expulsa os demônios.” A Lei de Deus foi escrita em tábuas de pedra “pelo dedo de Deus” (Ex 31,18), a “letra de Cristo”, entregue aos cuidados dos apóstolos” é escrita com o Espírito de Deus vivo não em tábuas de pedra, mas em tábuas de carne, nos corações” (2Cor 3,3). O hino “Veni, Creator Spiritus” (Vem, Espírito criador) invoca o Espírito Santo como “dedo da direita paterna”.
A pomba é outro belo símbolo do Espírito. No fim do dilúvio a pomba solta por Noé volta com um ramo novo de oliveira no bico, sinal de que a terra é de novo habitável. Quando Cristo volta a subir da água de seu batismo, o Espírito Santo, em forma de uma pomba, desce sobre Ele e sobre Ele permanece. Em algumas igrejas, as Hóstias são conservadas em um recipiente metálico em forma de pomba (o columbarium) suspenso acima do altar.
Prof. Felipe Aquino
Comentários
Postar um comentário